À medida que avançamos em 2024, a liderança feminina no ambiente corporativo revela tanto progressos quanto desafios persistentes. Embora as estatísticas da Forbes destaquem um aumento na presença feminina em cargos de liderança, com as mulheres ocupando 38% dessas posições no Brasil, a paridade de gênero ainda parece distante. Este cenário reflete não apenas uma questão de representatividade, mas também os desafios intrínsecos que as mulheres enfrentam para alcançar e manter esses cargos de alta liderança.
A complexidade desses desafios exige uma análise crítica e uma ação estratégica contínua para que possamos efetivamente acelerar o caminho em direção à igualdade no local de trabalho. Como podemos, então, impulsionar mudanças significativas que não apenas promovam mulheres a posições de liderança, mas que também garantam sua sustentabilidade e impacto nesses papéis? Este artigo explora os avanços, os obstáculos e as estratégias práticas que estão moldando a trajetória da liderança feminina na atualidade.
Progressos e desafios atuais
Alcançar a igualdade de gênero em posições de liderança pode se estender até 2053, conforme destaca um estudo mencionado pela Exame. Esse ritmo lento de progresso é um reflexo não apenas das barreiras sistemáticas que ainda persistem, mas também da necessidade urgente de implementar estratégias mais eficazes e inovadoras.
A análise crítica deste cenário sugere que, sem uma intervenção significativa e orientada, as disparidades de gênero continuarão a minar o potencial das mulheres para assumir e prosperar em cargos de liderança. Assim, torna-se imperativo não apenas promover, mas também sustentar a presença feminina em esferas de decisão, garantindo que a liderança refletida em nossas organizações seja verdadeiramente inclusiva e representativa da diversidade de talentos disponível.
“Liderar é inspirar as pessoas com os valores certos.” – Luiza Helena Trajano, empresária.
Obstáculos no caminho
No caminho para a liderança, mulheres enfrentam desafios que têm um profundo impacto emocional e psicológico. O esforço para equilibrar demandas profissionais e pessoais frequentemente leva ao esgotamento, enquanto a falta de modelos femininos em posições de liderança pode diminuir a autoestima e a motivação.
Preconceitos implícitos e estereótipos de gênero minam a confiança e podem provocar uma constante sensação de ter que provar seu valor além de seus colegas masculinos. Além disso, a pressão para manter uma imagem de sucesso contínua intensifica o medo do fracasso e a ansiedade, comprometendo não apenas o bem-estar mental das mulheres, mas também sua progressão de carreira.
A dupla jornada de trabalho, combinando responsabilidades profissionais com obrigações familiares, aumenta o estresse e a sensação de culpa por não cumprir plenamente nenhum dos papéis. Essas questões emocionais exigem estratégias robustas de apoio para as mulheres em liderança, visando não apenas o sucesso profissional, mas também a saúde e o equilíbrio emocional.
Estratégias de empoderamento
Conheça esse case de sucesso, Karin Parodi Ceo da Career Group participa do grupo ELAS (um grupo de Liderança Feminino) da Open Mind Brazil. Tais grupos oferecem um espaço vital para o desenvolvimento profissional e pessoal, além de fomentar a troca de experiências e estratégias entre líderes C-level.
Aqui estão cinco estratégias de empoderamento que podem ser utilizadas para fortalecer a liderança feminina, conforme discutido no contexto dos desafios enfrentados pelas mulheres em posições de liderança:
- Mentoria e Networking: Estabelecer programas de mentoria direcionados para mulheres, proporcionando acesso a redes de contato que possam oferecer suporte, orientação e oportunidades de crescimento, inclusive a Career Group oferece vários programas de desenvolvimento de Liderança, como: Projetos de sucessão, assessment para sucessão e seleção, programas em desenvolvimento de líderanças, mentoring, coaching Individual e em grupo, projetos de mapeamento e gestão de carreira.
- Treinamentos de Liderança Inclusiva: Investir em programas de desenvolvimento de liderança que sejam inclusivos e que abordem especificamente as necessidades e desafios das mulheres em cargos de liderança.
- Políticas de Flexibilidade: Implementar políticas de trabalho flexíveis que reconheçam e se adaptem às demandas da vida pessoal e profissional, ajudando a equilibrar a dupla jornada de trabalho.
- Promoção de Modelos Femininos de Sucesso: Aumentar a visibilidade de mulheres em posições de liderança dentro da organização para servir como modelos inspiradores para outras mulheres.
- Suporte à Saúde Mental e Bem-Estar: Fornecer recursos e suporte para a saúde mental, reconhecendo o impacto emocional dos desafios enfrentados e promovendo um ambiente de trabalho que priorize o bem-estar.
Conheça as mulheres líderes que inspiram aqui no Brasil:
Luiza Helena Trajano Luiza Trajano, a fundadora da Magazine Luiza, é uma das empresárias mais admiradas no Brasil.
Tarciana Paula Gomes Medeiros A atual presidente do Banco do Brasil assumiu o cargo em 2023 fazendo história. Ela se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo desde a fundação do Banco, em 1808.
Gabriela Chaves Schwery Comazzetto Head de Global Business Solutions do TikTok para a América Latina e Brasil, ela tem sido fundamental na expansão e sucesso da plataforma nesta região.
Karin Parodi Founder e Ceo da Carrer Group uma empresa de soluções e tecnologia em RH que atua há 20 anos no mercado com o objetivo de agregar tecnologia em suas soluções de RH, segundo ela “as mulheres podem ousar mais se candidatando a posições de lideranças, mesmo sem estar 100% prontas, pois qualquer profissional está em constante evolução. Elas devem trabalhar muito bem seu networking, pois é aonde estão as melhores oportunidades de trocas. E exercer a sororidade!”
Bianca Andrade Sua carreira tomou um novo rumo com a fundação da Boca Rosa Company, que gerencia as marcas Boca Rosa Beauty e Boca Rosa Hair, tornando-a uma referência em empreendedorismo e inovação.
O Papel do RH e das políticas corporativas
O papel dos departamentos de RH é vital para encorajar e apoiar mulheres na liderança. Aqui estão algumas ações que o RH pode tomar:
- Implementar Avaliações de Desempenho Justas: Garantir que as avaliações sejam livres de vieses de gênero, com critérios claros e transparentes.
- Criação de Comitês de Diversidade: Estabelecer grupos de trabalho dedicados a promover iniciativas de diversidade e inclusão dentro da organização.
- Oferecer Workshops de Empoderamento: Organizar treinamentos e workshops focados em habilidades de liderança para mulheres.
- Suporte para Retorno ao Trabalho: Desenvolver programas que auxiliem mulheres a reintegrarem-se ao ambiente corporativo após períodos de afastamento, como licença-maternidade.
- Promover a Igualdade Salarial: Revisar e ajustar as políticas salariais para garantir a igualdade de remuneração por trabalho equivalente entre gêneros. Estas iniciativas são fundamentais para criar um ambiente que suporte o crescimento e o desenvolvimento das mulheres em todos os níveis organizacionais.
Discutir liderança feminina não é apenas relevante, é crucial para o avanço de nossas organizações e da sociedade. À medida que buscamos criar ambientes mais inclusivos e equitativos, essas conversas impulsionam mudanças significativas e promovem uma maior compreensão dos desafios que as mulheres enfrentam. Abordar este tema nos ajuda a desenhar estratégias mais eficazes e a implementar políticas que verdadeiramente apoiem o crescimento de líderes femininas.
E você, como vê a evolução da liderança feminina dentro do seu ambiente de trabalho? Quais ações você acredita que podem ser implementadas para acelerar esse progresso? Vamos conversar!
Artigo redigido por Natália Soares, embaixadora do Career Group
