Há um bom tempo vivemos em um mundo em transformação, trazendo obstáculos esperados e ultimamente totalmente inesperados fugindo totalmente do nosso controle. Uma nova rotina, mais urgente, sem uma previsão de curto prazo, formada por novas tendências, cenários em transformação constante e novas demandas chegando a uma velocidade jamais vista. A complexidade já fazia parte do dia a dia dos empresários, executivos, empreendedores, investidores e demais profissionais, mas nada se compara ao hoje e ao que vem pela frente.
Quem acompanha de perto o mundo dos negócios já percebeu que a variedade, os desafios e a emergência de resultados crescem em ritmo muito diferente de uma década atrás. Sabemos que a mudança é inevitável e o timming é outro. A mudança pode ser pautada por avanços tecnológicos, novos mercados, portfólio de produtos, mudanças estruturais, processos, cultura, além de fatores inesperados que embaralham todas as cartas do baralho.
E são as lideranças e equipes que estão na linha de frente das mudanças, além de entrelaçadas no desenvolvimento das atividades e na busca do cumprimento das metas que, sem dúvida, dividem responsabilidades, angústias e desafios. Contudo, dia após dia vejo que nem todos estão dispostos a mudar.
Para nossa sorte, as novas gerações já vêm com abertura ao novo, ao disruptivo, ao aprendizado contínuo em função dos erros com maior naturalidade preferindo ambientes menos hierárquicos. Isso gera agilidade na implementação das mudanças que tanto precisamos.
Mas e as empresas? Podemos afirmar com segurança que estão acompanhando essa sede por inovação e mudanças? Elas estão cientes dos benefícios que as gerações trazem para o negócio além dos resultados? Sem dúvida, temos negócios em diferentes níveis de maturidade quando falamos de inovação, diversidade e agora uma nova maneira de fazer negócios baseado nos princípios do ESG (environmental, social e governance). A ESG veio para ficar e essas três letras estão impactando diretamente o mundo dos negócios. O termo sintetiza critérios de conduta das empresas em áreas em que cada vez mais investidores estão levando em consideração: ambiental, social e governança.
ESG é usado como sinônimo para investimentos sustentáveis e socialmente responsáveis em empresas que possuem, atreladas em sua missão e operação, a transformação do mundo em um lugar melhor, respeitando normas ambientais e administrativas. O foco é valorizar por meio de investimentos, empresas empenhadas em preservar o meio ambiente, a diversidade e a ética.
Levando-se em conta que os jovens e os profissionais talentosos possuem oportunidades de escolha mais cientes dos seus propósitos, dificilmente as empresas conseguirão atrair talentos facilmente pois o nível de consciência hoje é outro. E isso é muito bom! Temos que estar juntos com estas gerações que vão tentar nos ajudar a consertar o mundo.
Contudo uma empresa não é só formada por talentos e altos potenciais tão disputados no mercado. Aí que surge o tema engajamento sob a ótica mais ampla.
Existem variadas definições sobre engajamento, mas uma das minhas preferidas é a ligação afetiva da prática e dos valores organizacionais, congruentes entre o funcionário e a empresa. Engajar é promover a sustentabilidade dos resultados, e isso se consegue em função do alto índice de energia, comprometimento, resiliência, entusiasmo, oportunidade de aprender e reconhecimento, ou seja, elementos que geram resultados superiores para todos envolvidos.
Manter o alto nível de engajamento tanto no momento de crise econômica quanto em um mercado aquecido é um fator crítico para o sucesso dos negócios. Isso é uma vantagem competitiva que somada à estratégia, inovação, capacidade de comprometimento, motivação e o tão sonhado engajamento não vai acontecer por acaso. São atributos que precisam ser lapidados e implementados a partir de um discurso fortalecido por atitudes. É trabalhoso, exige ética, transparência e trabalho árduo. Mas o resultado pode ser a criação de um cenário fortalecido, único e intransferível.
Empresas que conquistam um índice de alto engajamento desfrutam de um ambiente altamente produtivo, com líderes que inspiram e formam boa aliança com seus respectivos subordinados. Os resultados são mais elevados e a capacidade de atravessar os dias turbulentos também.
Uma organização mais responsável atrai talentos e profissionais engajados. São eles que nos ajudarão a fazer escolhas mais responsáveis em relação ao mundo e aos negócios. Precisamos embarcar juntos nesta viagem para o futuro das novas gerações.
Artigo redigido por Karin Parodi, sócia diretora do Career Group